terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A CARNE

Khalil Gibran

Paixões da carne a queimar feito o fogo da Inquisição,
feito as bombas de napalm nos Vietnãs.

Teu corpo aberto no meu corpo,
dois corpos e um só dono desejo.

Noites,
lembranças,
teu cheiro,
insônia, copos de vinho barato
e essa música de violino que nada me lembra ou diz.

Carnes frescas e frias
como a desse bife sangrando
ou as tuas carnes febris e tensas
como fios elétricos, choques
e descargas.

O amor em teu corpo de formas enxutas
e essa toalha de feltro
pendurada na parede no banheiro.


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