quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

QUE TUA BOCA SEJA


Que tua boca seja,
para mim, taça.

Que tua saliva seja,
para mim, álcool e ópio.

Que o teu ventre
me sirva de casa.

Que o teu útero traga-me a eternidade
através do filho que te depositarei.

Semente de índio e negro
(como detesto a minha herança branca europeia).

E eu, amada, em troca serei teu escravo,
teu objeto, tua espada.

Servir-te-ei, exclusivamente,
até a morte.

O teu prazer
será a minha busca eterna.

Em minhas mãos,
mesmo que já fracas pela velhice,

encontrarás as armas que te defenderão
por toda a eternidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário